A deputada estadual Cida Ramos (PSB) definiu o programa “Future-se”, do governo Bolsonaro, como um projeto de desmonte e precarização da educação no país, durante Audiência Pública realizada na Assembleia Legislativa da Paraíba, na tarde desta segunda-feira (12).
De acordo com a parlamentar, o Governo Federal pretende se desobrigar da responsabilidade com o ensino universitário e superior do país. “A intenção é desmoralizar os reitores, porque com o Future-se se cria um conselho e os reitores passam a ser figuras decorativas, sem autonomia nenhuma e sem poder de ingerência sobre a própria universidade, e isso nós não vamos aceitar. A universidade é patrimônio do povo brasileiro e continuaremos lutando por uma educação que contribua para a soberania do nosso país”, declarou.
Cida ainda reforçou que a iniciativa da Audiência Pública, realizada em conjunto com a deputada Estela Bezerra (PSB) e o deputado Raniery Paulino (MDB), denota o comprometimento do Legislativo paraibano com o ensino público, gratuito e de qualidade. “Nós entendemos que o objetivo do Governo Federal é destruir a educação. O Future-se, torna as universidades verdadeiros balcões de negócios. Não há futuro com Future-se, mas sim, o aprofundamento das desigualdades educacionais já existentes, rechaçou.
A deputada Estela Bezerra destacou que o programa atinge diretamente os investimentos na universidade pública, que representa mais de um terço das matrículas do ensino superior na Paraíba. “O impacto do ‘Future-se’ que está sendo proposto para as universidades é ainda inestimável, até porque é um programa que nasce sem nenhuma avaliação das necessidades da universidade”, afirmou.
Para o deputado Raniery Paulino, a Assembleia tem que estar nessa discussão porque ela vai impactar a vida dos paraibanos. “São milhares de paraibanos que cursam na UFPB, UFCG e nos institutos federais, então, a gente tem que ter essa preocupação”, completou.
A reitora da Universidade Federal da Paraíba, Margareth Diniz, afirmou que espera ter uma posição final através do conselho universitário, quando o Governo Federal enviar para votação o projeto ao Congresso Nacional. “Estar na Assembleia Legislativa discutindo um tema de interesse da sociedade é de grande importância para todos que fazem a UFPB. Nós já temos feito essa discussão em assembleias universitárias em João Pessoa, Areia, Bananeiras e Rio Tinto. Na sequência, nós vamos fazer um fórum universitário e ampliar a nossa discussão em nível nacional, junto com as 63 universidades federais”, declarou.
De acordo com o reitor do Instituto Federal da Paraíba, Nicácio Lopes, um dos principais problemas do programa é a falta de discussão do Governo com os corpos dirigentes e agentes públicos. “Os reitores foram convidados às vésperas do anúncio dessa proposta para presenciar sem direito a qualquer opinião. Então, essa questão da metodologia precisa ser absolutamente sublinhada como algo a se lamentar”, argumentou.
Além de reitores, professores, estudantes, funcionários das instituições e representantes de movimentos sociais, também participaram da Audiência Pública os deputados estaduais Anderson Monteiro, Chió e Pollyanna Dutra; o deputado federal Gervásio Maia; o presidente do Conselho Estadual de Educação, professor Carlos Enrique Ruiz; o procurador do Ministério Público Federal, José Guilherme Ferraz; o vice-presidente estadual da União Nacional do Estudantes (UNE), Humberto Carvalho; o diretor da Associação dos Docentes da UFPB, Marcelo Sitcovsky; a defensora pública Aline Araújo Sales da Silva; o representante do Movimento Frente Brasil Popular, Gilmar Filipe Vicente; os vereadores de João Pessoa, Marcos Henriques e Sandra Marrocos; e a prefeita do Conde, Márcia Lucena.
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