O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que preside o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), aprovou, nesta segunda-feira (28), a extinção de duas resoluções que estabeleciam critérios para a preservação de áreas litorâneas de manguezais e restingas, assim como áreas em torno de reservatórios de água, como mananciais urbanos.
A revogação dessas regras abre espaço para especulação imobiliária nas faixas de vegetação das praias e ocupação de áreas de mangues. Um verdadeiro atentado contra o meio ambiente.
As revogações contaram com ampla aprovação do Conselho, que concentra nas mãos do governo federal e de representantes de associações do setor privado – as confederações nacionais da indústria (CNI) e da agricultura (CNA)- a maioria dos votos.
Os ambientalistas alertam que as perdas de manguezais devem afetar a fauna do bioma e retirar a proteção das pradarias marinhas e dos recifes de coral, impactando as comunidades costeiras e até mesmo as atividades pesqueiras comerciais.
Para se ter ideia, a agricultura utiliza 70% da água potável utilizável no Brasil, muito mais do que é usado, por exemplo, para o consumo humano. E, com essas revogações esse consumo vai aumentar, gerando conflitos e comprometendo o abastecimento em cidades, comunidades e populações.
Não podemos deixar que Salles passe a boiada sobre resoluções de proteção ambiental.
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