O Brasil teve quase 5 mil mortes violentas de crianças e adolescentes em 2019. Desse total, 75% eram pessoas negras, 25,3% pessoas brancas e 0,4% amarelas ou indígenas. Ao menos 51,6% dos assassinatos correspondem aos jovens de até 29 anos, sendo 91,2% homens e 8,8% mulheres. O levantamento feito pelo 14º Anuário Brasileiro de Segurança Pública revela como o racismo estrutural é preponderante para o agravamento desses casos. E é esse racismo que vem matando milhares de homens, mulheres, jovens e crianças, em um processo contínuo de genocídio da população negra.
Outra importante pesquisa, desta vez do IBGE, sobre Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil, aponta que a curva de vulnerabilidade de pessoas negras está em constante ascensão. A cada 23 minutos uma pessoa negra é morta. A população negra tem 2,7% mais chances de ser assassinada em relação às pessoas brancas. A expectativa de vida de uma pessoa negra é cinco anos menor em relação à branca.
Os dados explicitam que as estruturas racistas em nossa sociedade são pulsantes e inerentes a nossa formação histórica e social. E neste sentido, reafirmo que é intolerável naturalizar o desprezo pelas vidas negras. Elas importam. Elas existem. Que possamos lutar, constantemente, para modificar essa cruel realidade.
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